Salmos, 58
Contra os inimigos rapaces e sanguinários
Nota do Editor: Na edição original do padre Matos Soares, esse é o Salmo 59. Para mais detalhes ver Ps. 1, 1.
[1] Ao mestre do coro. Segundo a melodia de "Não destruas..." De Davide. Micktãm. Quando Saul mandou vigiar a sua casa para o matar. •
Salva-me dos meus inimigos,
[2] Livra-me, meu Deus, dos meus inimigos, defende-me dos que se levantam contra mim.
[3] Livra-me dos que praticam a iniquidade, e salva-me dos homens sanguinários. •
[4] Eis, com efeito, que armam ciladas à minha vida, conspiram contra mim os poderosos. Não há crime em mim nem pecado, ó Senhor: •
[5] sem que eu tenha culpa, irrompem e agridem-me. Desperta, vem ao meu encontro e considera (a minha inocência), •
[6] pois tu, Senhor dos exércitos, és o Deus de Israel. Desperta, castiga todos esses povos, não tenhas piedade 1 de nenhum desses pérfidos. •
Não tenhas piedade, isto é, castiga-os para que se convertam.
[7] Voltam 1 à tarde, ladram com o cães e percorrem a cidade; •
Voltam aos seus atentados iníquos todas tardes, como os cães vadios das cidades orientais, que, principalmente a essa hora, invadem as ruas, à procura de alimento.
[8] Eis que se vangloriam com a sua boca, há injúrias nos seus lábios: "Pois quem é que nos ouve 1?" •
Quem é que nos ouve? Reflexão que fazem os inimigos, os quais negam que Deus se ocupa do seu proceder.
[9] Mas tu, Senhor, estás a rir-te deles, zombas de todas essas gentes. •
[10] Força minha, para ti me volto, porque tu, ó Deus, és a minha cidadela •
[11] Deus meu, misericórdia minha. Venha Deus em meu auxílio, faça que eu me deleite com a derrota dos meus inimigos. •
[12] Mata-os, ó Deus; para que não sirvam de tropeço ao meu povo, desbarata-os e derriba-os com a tua força, ó Senhor nosso escudo. •
[13] Um pecado da sua boca, é cada palavra dos seus lábios; e fiquem presos na sua mesma soberba, e nas execrações e mentiras que dizem. •
[14] Extermina-os na tua indignação, extermina-os, para que não mais existam, a fim de que se saiba que Deus reina sobre Jacob e até aos confins da terra. •
[15] Voltam à tarde; ladram com o cães e percorrem a cidade; •
[16] Vagueiam à busca de comer; se não se fartarem, soltam uivos. •
e eu celebrarei a tua misericórdia.
[17] Eu, porém, contarei a tua fortaleza, e de manhã exultarei em tua misericórdia, porque foste um amparo para mim, e um refúgio no dia da minha angústia. •
[18] Eu te cantarei salmos, força minha, porque tu, ó Deus, és a minha defesa, o meu Deus, a minha misericórdia. •