Salmos, 30
Súplica e acção de graças do aflito
Nota do Editor: Na edição original do padre Matos Soares, esse é o Salmo 31. Para mais detalhes ver Ps. 1, 1.
[1] Ao mestre do coro. Salmo. De Davide. •
Deus protector,
[2] A ti recorro, ó Senhor: não permitas que eu seja confundido para sempre; livra-me, segundo a tua justiça! •
[3] Inclina para mim o teu ouvido, acode prontamente a livrar-me. Sê para mim uma rocha de refúgio, uma cidadela fortificada, para me pores a salvo. •
[4] Tu és a minha rocha e a minha cidadela, e por causa do teu nome me conduzirás e me guiarás. •
[5] Tu me tirarás do laço, que me armaram escondidamente, porque tu és o meu refúgio. •
[6] Nas tuas mãos encomendo o meu espírito: vós me libertareis, ó Senhor, Deus fiel. •
[7] Aborreces os que adoram ídolos vãos; eu, porém, é no Senhor que confio. •
[8] Regozijar-me-ei e alegrar-me-ei da tua misericórdia, porque olhaste para a minha miséria, socorreste a minha alma nas angústias, •
[9] não me entregaste nas mãos do inimigo, antes puseste os meus pés em lugar espaçoso. •
é invocado.
[10] Tem piedade de mim, Senhor, porque estou em angústias: definham de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo. •
[11] Sim, a minha vida vai-se consumindo na dor, os meus anos em gemidos. Debilitou-se a minha força na aflição, os meus ossos consumiram-se. •
[12] Para todos os meus inimigos tornei-me um objecto de opróbrio, de ludibrio para os meus vizinhos, de terror para os meus conhecidos; os que me vêem fora (pelos caminhos) fogem de mim. •
[13] Caí no esquecimento dos corações, como um morto, reduzido à condição dum vaso quebrado. •
[14] Porque ouvi os assobios de muitos, o terror me rodeia! Concertando-se contra mim, resolveram tirar-me a vida. •
[15] Porém eu confio em ti, Senhor; eu digo: Tu és o meu Deus.
[16] Nas tuas mãos está o meu destino: livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem. •
[17] Mostra sereno o teu rosto ao teu servo, salva-me pela tua misericórdia. •
[18] Senhor, não seja eu confundido, pois que te invoquei; sejam confundidos os ímpios, sejam reduzidos ao silêncio, lançados no abismo. •
[19] Tornem-se mudos os lábios mentirosos, que falam insolentemente contra o justo, com soberba e com desprezo, •
e bendito,
[20] Quão grande é, Senhor, a tua bondade, que tens reservada para os que te temem, que concedes aos que se refugiam em ti, à vista dos homens! •
[21] Sob a protecção do teu rosto os defendes das conjuras dos homens, oculta-los no tabernáculo contra as altercações das línguas. •
[22] Bendito seja o Senhor, porque maravilhosamente me mostrou a sua misericórdia na cidade fortificada. •
[23] Eu disse na minha ansiedade: "Fui expulso da tua presença." Tu, porém, ouviste a voz da minha,oração, quando a ti clamava. •
[24] Amai o Senhor, vós todos os seus santos! o Senhor guarda os que são fiéis, mas dá abundantemente a paga merecida aos que procedem com soberba. •
[25] Esforçai-vos e fortaleça-se o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.