Profecia de Jeremias, 11
Jeremias prega a aliança que deve ser observada, e anuncia a desgraça daqueles que a violarem. O profeta tem conhecimento desta conspiração. Deus o vingará.
IV - Violação da aliança
Jeremias prega a aliança que deve ser observada,
[1] Palavra que foi dirigida pelo Senhor a Jeremias: •
[2] Ouvi as palavras desta aliança e falai aos homens de Judá e aos habitantes de Jerusalém.
[3] E (tu, ó Jeremiais) lhes dirás: Assim fala o Senhor Deus de Israel: Maldito o homem que não ouvir as palavras desta aliança,
[4] a qual eu fiz com vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, daquela fornalha de ferro, dizendo: Ouvi a minha voz e fazei todas as coisas que vos mando, e sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus. •
[5] de forma a dar cumprimento ao juramento que fiz a vossos pais, de que lhes entregaria uma terra que manasse leite e mel - como se vê (cumprido) no dia de hoje. - Respondi: Sim, Senhor. •
[6] E o Senhor me disse: Prega em alta voz todas estas palavras nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém: Ouvi as palavras desta aliança e observai-as, •
[7] porque avisei insistentemente vossos pais, desde o dia em que os tirei da terra do Egito até hoje, dizendo-lhes continuamente: Ouvi a minha voz. •
[8] Porém não a ouviram, não prestaram atenção, mas cada um seguiu a obstinação do seu coração maligno; então realizei contra eles todas as palavras desta aliança, que lhes tinha mandado observar e que não observaram. •
e anuncia a desgraça daqueles que a violarem.
[9] O Senhor disse-me: Uma conjuração 1 se descobriu entre os varões de Judá e entre os moradores de Jerusalém. •
Uma conjuração, isto é, um abandono premeditado da lei do Senhor.
[10] Tornaram às maldades de seus antepassados, que não quiseram ouvir as minhas palavras; estes também foram após deuses estranhos para os servir. A casa de Israel e a casa de Judá romperam a aliança, que fiz com seus pais. •
[11] Por isso assim fala o Senhor: Eis que farei vir sobre eles calamidades, das quais não poderão sair; se clamarem a mim não os ouvirei.
[12] Então as cidades de Judá e os moradores de Jerusalém irão clamar aos deuses, a quem oferecem incenso, mas estes não os salvarão no tempo da sua angústia.
[13] Os teus deuses, ó Judá, são tantos como as tuas cidades! E tantos como as ruas de Jerusalém, são os altares de ignomínia, altares para oferecer incenso a Baal. •
[14] Tu pois não intercedas por este povo, não supliques, não rogues por ele. Com efeito, não os ouvirei no tempo em que clamarem a mim, no tempo da sua aflição. •
[15] Tu, que eu amo, que tens que fazer na minha casa? Velhacarias? Acaso os votos, as carnes sacrificadas apartarão de ti as tuas malícias, para que te glories? •
[16] O Senhor pôs-te o nome de oliveira verdejante, ornada de belos frutos. Ao ruído dum grande tumulto, acendeu nela o fogo, e queimaram-se as suas ramas. •
[17] O Senhor dos exércitos, que te plantou, pronunciou calamidades contra ti, por causa dos crimes da casa de Israel e da casa de Judá, que cometeram para me irritar, oferecendo incenso a Baal.
Conspiração contra Jeremias
O profeta tem conhecimento desta conspiração.
[18] O Senhor me advertiu; fui informado. Então me descobriste (Senhor) os seus (depravados) intentos. •
[19] Eu era como um inocente cordeiro, que se leva ao matadouro, não sabia que eles formavam desígnios contra mim, dizendo: Destruamos a árvore com o seu fruto 1, exterminemo-lo da terra dos vivos, não haja mais memória do seu nome. •
Destruamos o árvore com o seu fruto. Locução proverbial para significar uma destruição completa
Deus o vingará.
[20] Mas tu, Senhor dos exércitos, que julgas segundo a justiça, que sondas os rins e os corações, faze que eu veja as vinganças que tomarás deles, pois a ti confiei a minha causa. •
[21] Por isso assim fala o Senhor aos habitantes de Anatoth, que atentam contra a minha vida e dizem: Não profetizes, em nome do Senhor, se não queres morrer às nossas mãos. •
[22] Portanto isto diz o Senhor dos exércitos: Vou castigá-los: os jovens morrerão à espada, os seus filhos e as suas filhas morrerão de fome.
[23] Ninguém escapará, porque enviarei a desgraça sobre os habitantes de Anatoth quando chegar o tempo do seu castigo. •