Apocalipse de São João, 6
O Cordeiro abre os seis primeiros selos: Primeiro. Segundo. Terceiro. Quarto. Quinto. Sexto.
O Cordeiro abre os seis primeiros selos: Primeiro.
[1] E vi, no momento em que o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi que um dos quatro animais dizia, como em voz de trovão: "Vem." •
[2] Olhei e vi um cavalo branco 1. O que estava montado sobre ele 2 tinha um arco; foi-lhe dada uma coroa, e saiu como vitorioso e para (continuar a) vencer. •
Um cavalo branco, que era usado pelos triunfadores romanos.
O que estava montado sobre ele. Este cavaleiro representa provavelmente Jesus Cristo, que triunfa de todos os seus inimigos.
Segundo.
[3] Quando (o Cordeiro) abriu o segundo selo, ouvi o segundo animal, que dizia: "Vem."
[4] E saiu um outro cavalo, vermelho. Ao que estava montado sobre ele foi dado o poder de tirar a paz da terra e de fazer com que (os homens) se matem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada. •
Há aqui talvez uma alusão às terríveis perseguições que a Igreja sofre.
Terceiro.
[5] Quando (o Cordeiro) abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro animal, que dizia: "Vem." Olhei e vi um cavalo negro 1. O que estava montado sobre ele tinha na sua mão uma balança. •
Um cavalo negro, sinal de luto. O cavaleiro personifica a fome, tendo por isso uma balança na mão para pesar com rigor e vender o pão por alto preço.
[6] E ouvi como que uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: "Uma medida 1 de trigo por um dinheiro! Três medidas de cevada por um dinheiro! Mas não causes dano 2 ao vinho nem ao azeite." •
Uma medida, que valia pouco mais de um litro.
Mas não causes dano... Estas palavras são dirigidas directamente ao cavaleiro. Deus quer que sejam em pequena quantidade as coisas necessárias à vida, como o trigo e a cevada, mas que haja em abundância as que não são necessárias, como o vinho e o azeite, para que os homens vejam , nesta carestia, ao mesmo tempo o castigo e a misericórdia de Deus.
Quarto.
[7] Quando (o Cordeiro) abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: "Vem."
[8] Olhei e vi um cavalo esverdeado. O que estava montado sobre ele tinha por nome Morte, e seguia-o o inferno 1. Foi-lhe dado poder sobre um quarto da terra, para matar à espada, à fome, com a peste e por meio das feras da terra. •
O inferno, isto é, a habitação dos mortos seguia o cavaleiro para receber os que ele matasse.
Quinto.
[9] Quando (o Cordeiro) abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho que tinham (dado), •
[10] Clamaram em voz alta, dizendo: "Até guando. Senhor, santo e verdadeiro, dilatas tu o fazer justiça e vingar o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" •
[11] E foi dada a cada um deles uma túnica branca e foi-lhes dito que tivessem paciência ainda um pouco de tempo, até que se completasse o número dos seus conservos e irmãos, que haviam de padecer, como eles, a morte. •
Sexto.
[12] Quando (o Cordeiro) abriu o sexto selo, vi que sobreveio um grande terramoto. O sol tornou-se negro, como um saco de crina, a lua tornou-se toda (vermelha) como sangue, •
[13] e as estrelas caíram do céu sobre a terra, como quando a figueira, agitada por um forte vento, deixa cair os seus figos verdes. •
[14] O céu 1 recolheu-se, como um livro que se enrola, e todos os montes e ilhas foram tirados dos seus lugares. •
O céu, figurado como um imenso pavilhão, recolheu-se, dobrou como um livro...
[15] Os reis da terra, os grandes, os capitães, os ricos, os poderosos, todo o servo e homem livre, se esconderam nas cavernas e entre os penhascos dos montes.
[16] E diziam aos montes e aos rochedos: "Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele, que está sentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro, •
[17] porque chegou o grande dia 1 da sua cólera; e quem poderá subsistir?"
O grande dia... o dia do juízo final.