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Primeira Epístola aos Coríntios, 10

Paulo confirma a sua argumentação, expondo alegoricamente a saída do Egipto. Os cristãos não devem tomar parte nos banquetes idolátricos. Regra de proceder nas refeições ordinárias.


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Paulo confirma a sua argumentação, expondo alegoricamente a saída do Egipto.

[1] Não quero, pois, Irmãos, que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, que todos passaram o mar,

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Assim como os cristãos, por meio do baptismo, ficam incorporados em Cristo e obrigados a observar as suas leis, assim, para os Hebreus, a nuvem misteriosa e a passagem do mar Vermelho foram como uma espécie de baptismo, pelo qual ficaram sujeitos a Moisés e obrigados a observar as suas leis.

[2] todos foram baptizados em Moisés, na nuvem e no mar,

[3] todos comeram do mesmo alimento espiritual,

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Do mesmo alimento espiritual, isto é, o maná, chamado espiritual por causa da origem miraculosa e por ser a figura da Eucaristia.

[4] e todos beberam da mesma bebida espiritual (pois bebiam da pedra espiritual que os seguia, pedra que era Cristo).

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Bebida espiritual; alusão à água que Deus fez jorrar do rochedo em Ralidim (Ex. 17, 6) e no deserto de Sin (Nm. 10, 8). Pedra espiritual... não a pedra material de que Moisés fez jorrar uma fonte de água: era Jesus Cristo, Verbo eterno, condutor do povo escolhido, na viagem para a terra prometida. Efectivamente, segundo a narração moisaica, é Deus que está sobre o rochedo (Ex. 17, 6) e é a ele não à pedra material que Moisés deve falar.

[5] Mas de muitos deles Deus não se agradou, pelo que foram prostrados no deserto.

[6] Estas coisas foram figura do que nos diz respeito (se formos infiéis a Deus), para que não cobicemos coisas más, como eles cobiçaram.

[7] Não vos torneis idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo sentou-se a comer e a beber e depois levantou-se para se divertir (Ex. 32, 6).

[8] Não nos entreguemos à devassidão, como alguns deles se entregaram, e morreram num dia vinte e três mil.

[9] Não tentemos o Senhor, como alguns deles o tentaram, e foram mortos pelas serpentes.

[10] Não murmureis, como alguns deles murmuraram, e foram mortos pelo (Anjo), exterminador.

[11] Ora todas estas coisas lhes aconteciam, em figura, e foram escritas para advertência de (todos) nós, para quem o fim dos séculos chegou.

[12] Aquele, pois, que crê estar de pé (possuindo a graça de Deus), veja, não caia (no pecado).

[13] Ainda não vos surpreendeu nenhuma tentação, que ultrapassasse a medida humana. Deus, que é fiel, não permitirá que sejais tentados além do que podem as vossas forças. Em caso de tentação, dar-vos-á os meios de lhe resistir.

Os cristãos não devem tomar parte nos banquetes idolátricos.

[14] Por isso, meus caríssimos, fugi da idolatria.

[15] Falo como a pessoas sensatas: julgai vós mesmos o que eu digo.

[16] Porventura o cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a participação do corpo do Senhor?

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Este versículo é uma prova clara de que na Eucaristia está Jesus Cristo real e substancialmente presente, pois o Apóstolo diz que o beber vinho deste cálice e o comer este pão é participar do sangue e corpo de Jesus.

[17] Visto que há um só pão, nós, embora muitos, formamos um só corpo, nós todos que participamos do mesmo pão.

[18] Considerai Israel, segundo a carne: os que comem das vitimas, porventura não têm parte no altar?

[19] Mas que digo? Digo que o que foi sacrificado aos ídolos é alguma coisa? Ou que o ídolo é alguma coisa? (De modo nenhum),

[20] antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. Ora não quero que tenhais sociedade com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios;

[21] não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.

[22] Queremos porventura provocar o Senhor à emulação? Acaso somos mais fortes do que ele? "Tudo é permitido" — mas nem tudo aproveita.

Regra de proceder nas refeições ordinárias.

[23] "Tudo é permitido" — mas nem tudo edifica.

[24] Ninguém busque o bem próprio, mas o bem dos outros.

[25] De tudo o que se vende na praça, comei sem perguntar nada por motivo de consciência,

[26] porque do Senhor é a terra e tudo quanto há nela.

[27] Se algum dos infiéis vos convida e quereis ir, comei de tudo o que vos é posto diante, não perguntando nada por motivo de consciência.

[28] Todavia, se alguém disser: isto foi imolado aos ídolos — não o comais em atenção aquele que o advertiu e por causa da consciência;

[29] da consciência, digo, não vossa, mas do outro. Por que motivo, com efeito, seria a minha liberdade julgada pela consciência alheia ?

[30] Se eu como, dando graças, por que motivo dizem mal de mim, por uma coisa por que dou graças ?

[31] Logo, ou comais, ou bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.

[32] Não sejais motivo de escândalo, nem para os Judeus, nem para os Gregos, nem para a Igreja de Deus,

[33] como também eu em tudo procuro agradar a todos, não buscando o meu proveito, mas o do maior número, para que sejam salvos.

1ª Coríntios, 10