Profecia de Miqueias, 7
Sião confessa a iniquidade dos seus filhos, em virtude da qual levará com paciência o castigo do Senhor. Deus compadecerse-à de Sião dum modo admirável
Sião confessa a iniquidade dos seus filhos,
[1] Ai de mim, porque me tornei como o que resta depois de colhidos os frutos no outono, como o que resta depois de feita a vindima! Não há sequer um cacho para comer; em vão deseja a minha alma alguns figos temporãos. •
O profeta fala em nome da parte sã da nação. Procurar justos em Israel era proceder como aquele que procura frutos depois de estar feita a sua colheita.
[2] Não há um santo sobre a terra, entre os homens não há um justo; todos armam traições para derramarem sangue, cada um anda à procura do seu irmão para lhe lançar laços. •
[3] O mal é o que as suas mãos fazem bem; o príncipe exige, o juiz decide conforme o que lhe dão, o grande manifesta (descaradamente) o desejo da sua alma, e assim perturbam o pais. •
[4] O melhor dentre eles é como um tojo, o mais justo como uma sebe de espinhos. (Mas eis) o dia que viram os teus (profetas), o teu castigo chega: agora será a destruição deles. •
[5] Não acrediteis no amigo, não confieis num íntimo; não abras a tua boca mesmo àquela que 1 dorme no teu seio. •
Aquela que... isto é, à tua esposa.
[6] Porque o filho trata o seu pai como doido, a filha levanta-se contra sua mãe, a nora contra a sua sogra, e o homem tem por inimigo os seus próprios domésticos, •
em virtude da qual levará com paciência o castigo do Senhor.
[7] Eu, porém, olharei para o Senhor, esperarei em Deus meu salvador; o meu Deus me ouvirá.
[8] Não te alegres, inimiga minha, a meu respeito: se cai, hei de tornar a levantar-me; depois de ter estado sentada nas trevas, o 'Senhor será a minha luz. •
[9] Sofrerei o castigo do Senhor, porque tenho pecado contra ele, até que ele julgue a minha causa e me faça justiça. Ele me conduzirá para a luz; verei a sua justiça.
[10] A minha inimiga verá isto e ficará coberta de confusão, ela que me dizia: Onde está o Senhor teu Deus? Os meus olhos olharão para ela; agora será pisada aos pés, como a lama das ruas. •
[11] (Chega) o dia em que os teus muros serão reedificados; nesse dia será retirada de ti a lei. •
[12] Nesse dia virão a ti da Assíria e das cidades do Egipto, do Egipto até ao rio, dum mar até outro mar, e dum monte até outro monte. •
[13] A terra será desolada por causa dos seus habitantes, por causa do fruto das suas obras. •
Deus compadecerse-à de Sião dum modo admirável
[14] Apascenta (ó Senhor) com a tua vara o teu povo, o rebanho da tua herança, os que habitam sós no bosque, no melo do Carmelo. (Um dia) se apascentarão em (territórios férteis, como) Basah e Galaad, como nos dias antigos. •
Os que habitam sós, Isolados dos pagãos, como Deus lhes tinha ordenado.
[15] (Sim, diz o Senhor) como no dia da tua saída da terra do Egipto, eu te farei ver maravilhas. •
[16] As nações as verão e serão confundidas, apesar da sua fortaleza: porão a mão sobre a sua boca, e os seus ouvidos ficarão surdos. •
[17] Lamberão o pó 1 como as serpentes; sairão com terror dos seus retiros, como os répteis da terra; virão a tremer para o Senhor nosso Deus e terão medo diante de ti (ó Israel). •
Lamberão o pó. Imagem da mais completa sujeição.
[18] Qual o Deus que, semelhante a ti, apaga a iniquidade e perdoa os pecados dos restos da sua herança? Não permanece sempre obstinado na sua cólera, porque é amante da misericórdia. •
[19] Uma vez mais terá compaixão de nós, sepultará (no esquecimento) as nossas iniquidades. Lançarás (Senhor) todos os nossos pecados ao fundo do mar, •
[20] mostrarás a verdade da tua promessa a Jacob, farás misericórdia a Abraão, como juraste a nossos pais desde os dias antigos. •