Profecia de Isaías, 33
Anátema contra o destruidor. Apelo a Deus, sua intervenção. Jerusalém, depois de devastada, será socorrida. Castigo dos ímpios, segurança dos justos. O reinado do Senhor em Sião.
Derrota dos Assírios, e libertação de Jerusalém
Anátema contra o destruidor.
[1] Ai de ti, devastador, que ainda não foste devastado, saqueador, que ainda não foste saqueado! Quando acabares de devastar, serás devastado; quando, já cansado, deixares de saquear, serás saqueado. •
Apelo a Deus, sua intervenção.
[2] Senhor, tem misericórdia, de nós, porque (sempre) esperámos em ti; sê o nosso braço, todas as manhãs, a nossa salvação no tempo da tribulação. •
[3] À voz do teu trovão, fogem os povos, quando te levantas, dispersam-se as nações (inimigas).
[4] Serão juntados os vossos despojos (ó Assírios), como se juntam gafanhotos, e lançam-se em cima (de vós, os vossos inimigos) como gafanhotos. •
[5] O Senhor é grande porque habita no alto; enche Sião de retidão e de justiça. •
[6] Serão seguros os teus tempos (ó Judá); a sabedoria e a ciência assegurarão a tua salvação; o temor do Senhor será o teu tesouro. •
Jerusalém, depois de devastada, será socorrida.
[7] Eis que os que estiverem vendo clamarão de fora; os anjos (ou {1:embaixadores) da paz chorarão} amargamente. •
[8] Estão desertos os caminhos, ninguém passa pelas estradas; (o inimigo) rompeu a aliança, desprezou as cidades, não teve em conta os homens. •
Descreve-se a consternação de Jerusalém, cercada pelo exército de Senaquerib. - Os embaixadores chorarão, ao ouvir as duras condições impostas pelo conquistador.
[9] A terra chora e desfalece; o Líbano está em confusão e ressequido; Saron converteu-se num deserto; Basan e o Carmelo perderam a folhagem. •
[10] Agora me levantarei eu (contra os Assírios), diz o Senhor, agora me erguerei, agora me altearei. •
[11] Vós (ó Assírios) concebestes feno, dareis à luz palhas; o vosso sopro é o fogo que vos devorará. •
[12] Estes povos serão calcinados, serão como espinhos cortados que arderão no fogo.
Castigo dos ímpios, segurança dos justos.
[13] Vós os que estais longe, ouvi o que eu fiz, e os que estais vizinhos, conhecei o meu poder.
[14] Os pecadores foram aterrados em Sião, o medo apoderou-se dos ímpios. Qual de vós poderá habitar num fogo devorador? Qual de vós poderá habitar entre as chamas eternas? •
[15] Aquele que anda na justiça e fala verdade, que rejeita as riquezas adquiridas com a extorsão, que sacode de suas mãos todo o presente, que tapa os seus ouvidos, para não ouvir planos sanguinários, e fecha os seus olhos para não ver o mal, •
[16] esse habitará nas alturas (inacessíveis aos seus inimigos); as altas rochas fortificadas serão o seu abrigo; ser-lhe-á dado pão (em abundância), e a água nunca lhe faltará. •
O reinado do Senhor em Sião.
[17] Os teus olhos verão o rei (dos céus) no seu esplendor, verão uma terra aberta ao longe. •
[18] (Então) o teu coração recordar-se-á do (seu passado) temor. Onde está (dirá ele) o escriba? Onde está o que tinha a balança? Onde está o que inspecionava as fortificações? •
Os opressores terão desaparecido.
[19] Tu não mais verás o povo insolente, o povo de falar obscuro, ininteligível, que balbucia palavras incompreensíveis. •
[20] Olha para Sião, cidade das nossas festas; os teus olhos vejam Jerusalém, habitação venturosa, tabernáculo que não poderá de modo algum ser transportado, cujas estacas não serão arrancadas, cujas cordas não serão partidas. •
[21] Ali é que o Senhor ostenta a sua magnificência em nosso favor, (protegendo-nos como) rios, canais larguíssimos, por onde não passará baixel (inimigo) a remo, nem grande embarcação atravessará. •
"Muitas das grandes cidades são atravessadas ou cercadas por rios que as defendem contra os inimigos. Em Jerusalém a presença de Deus é como um rio protetor, em que nenhum barco inimigo ousará penetrar". (Crampon)
[22] Com efeito, o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso rei, é ele que nos há-de salvar.
[23] O teu cordame 1 afrouxou, já não segura o mastro, nem mantém estendidas as velas. Então se repartirão os despojos de muitas presas (que tinhas feito); os (próprios) coxos tomarão parte na pilhagem, •
O teu cordame... O profeta refere-se novamente aos Assírios; compara-os a um navio abandonado.
[24] Nenhum habitante (de Jerusalém) dirá: Estou doente; o povo que aí habitar receberá o perdão dos seus pecados. •
No reino messiânico, no seu máximo esplendor, não haverá doenças nem pecados.