logo burning flame
homeEditions
logo burning flame

Epístola aos Hebreus, 12

Dois motivos de perseverança: O exemplo de Cristo, as tribulações, testemunho do amor paternal de Deus. Paz com todos, e santidade de vida.


add another edition
Dois motivos de perseverança: O exemplo de Cristo,

[1] Por isso nós, também, estando cercados por uma tão grande nuvem de testemunhas, deixando todo o peso que nos detém e o pecado que nos envolve, corramos com paciência na carreira que nos é proposta,

show note 1

S. Paulo compara a vida cristã a uma arena em que nós, sob a vista dos santos, deixando tudo o que nos possa dificultar os movimentos, devem os correr com perseverança na carreira da virtude, para alcançar o prêmio do céu.

[2] pondo os olhos no autor e consumador da fé, Jesus, o qual, tendo-lhe sido proposto gozo, sofreu a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está sentado à direita do trono de Deus.

[3] Considerai, pois, aquele que sofreu tal contradição dos pecadores contra si, e não vos deixareis cair no desânimo.

as tribulações, testemunho do amor paternal de Deus.

[4] Ainda não resististes até ao (derramento do) sangue, combatendo contra o pecado,

[5] e estais esquecidos daquela exortação, que vos é dirigida (por Deus), como a filhos: Meu filho, não desprezes o castigo do Senhor, nem desanimes, quando por ele és repreendido,

[6] porque o Senhor corrige aquele que ama, e castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Pv. 3, 11-12).

[7] E para vossa emenda que sofreis provação. Deus trata-vos como filhos. E qual é o filho a quem seu pai não corrige?

[8] Se, porém, estais isentos do castigo, do qual todos são participantes, então sois bastardos, e não verdadeiros filhos.

[9] Além disso, visto que nossos pais, segundo a carne, nos castigavam, e nós os respeitávamos, quanto mais não devemos ser obedientes ao Pai dos espíritos para ter a vida?

show note 1

Para ter a vida da graça, neste mundo, e a vida da glória, na eternidade.

[10] E aqueles castigavam-nos por um período de poucos dias, como bem lhes parecia, este, porém, (castiga-nos) para nosso bem, para nos tornar participantes da sua santidade.

[11] Na verdade toda a correção no presente não parece um motivo de gozo, mas de tristeza; porém, depois dará frutos de paz e de justiça aos que por ela foram exercitados,

[12] Por isso levantai as vossas mãos remissas e os vossos joelhos vacilantes (Is. 35, 3);

[13] dirigi os vossos passos pelo caminho direito, para que o que manqueja (na fé), não se desvie, antes porém seja sanado.

II - Instruções sobre virtudes que os cristãos devem praticar
Paz com todos, e santidade de vida.

[14] Buscai a paz com todos e a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor;

[15] Atendei a que ninguém falte à graça de Deus, a que nenhuma raiz amarga brotando para fora, sirva de embaraço (Dt. 29, 17) e por ela sejam muitos contaminados.

[16] Que não haja nenhum impudico ou profanador, como Esaú, o qual, por uma iguaria, vendeu a sua primogenitura.

[17] Sabei que, desejando ele ainda depois herdar a bênção (paterna), foi rejeitado, porque não lhe foi possível fazer com que (seu pai) mudasse de resolução, posto que lho pedisse com lágrimas.

[18] Em verdade não vos aproximastes de uma montanha palpável, nem de um fogo ardente, nem de nuvens sombrias, nem de trevas, nem da tempestade,

show note 1

S. Paulo estabelece um confronto entre o terror do Antigo Testamento (18-21) e o amor do Novo Testamento (22-24) para concluir (25-29) que os cristãos têm o dever muito mais grave de ser fiéis.

[19] nem do som da trombeta, nem daquela voz tão retumbante que os que a ouviram, suplicaram que não se lhes falasse mais.

[20] De facto, não podiam suportar esta intimação: Se mesmo um animal tocar a montanha, será apedrejado (Ex. 19,121).

[21] Era tão terrível o que se via, que Moisés disse: Eu estou aterrado e a tremer (Dt. 9,19).

[22] Vós, porém, aproximastes-vos da montanha de Sião e da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celeste e da multidão de muitos milhares de anjos,

[23] da assembleia dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e de Deus, juiz de todos, e dos espíritos dos justos perfeitos,

[24] e de Jesus, mediador da nova aliança, e do sangue purificador, que fala melhor que o de Abel.

[25] Vede, não recuseis ouvir aquele que fala. Porque, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir o que publicava os seus oráculos sobre a terra, muito menos nós, se voltarmos as costas ao que nos fala do céu,

[26] esse cuja voz abalou então a terra, mas que agora faz uma promessa, dizendo: Ainda uma vez, e abalarei não só a terra, mas também o céu (Ag. 2, 6).

[27] Ora quando diz: Ainda uma vez, declara que as coisas abaladas passarão, por serem criaturas, para que permaneçam as que são inabaláveis.

[28] Portanto, recebendo nós um reino inabalável, mostremo-nos reconhecidos e prestemos a Deus um culto que lhe seja agradável, com reverência e temor.

[29] Em realidade, o nosso Deus é um fogo devorador (Dt. 4, 24).

show note 1

É um fogo devorador que castiga todos aqueles que não obedecem à sua lei.

Hebreus, 12