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Génesis, 37

Ciume dos irmãos de José. José mandado a Dotain. José vendido e levado para o Egito.


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III - História de José
Ciume dos irmãos de José.

[1] Habitou, pois Jacob na terra de Canaan, na qual seu pai tinha vivido como peregrino

[2] Esta é a sua posteridade: Quando José, ainda jovem, tendo dezasseis anos, apascentava o rebanho com seus irmãos, filhos de Bala e de Zelfa, mulheres de seu pai, fez saber a seu pai a péssima fama deles.

[3] Ora Israel amava José mais que todos os seus (outros) filhos, porque o gerara na velhice, e fez-lhe uma túnica de várias cores.

[4] Vendo, pois, seus irmãos que de era amado pelo pai mais que todos os (outros) filhos, odiavam-no 1, e não lhe podiam falar com bom modo.

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Odiavam-no , Para evitar estes grandes inconvenientes os pais devem amar igualmente os seus filhos, não tendo preferências.

[5] Sucedeu também que ele referiu a seus irmãos um sonho que tivera, o que foi causa de maior ódio.

[6] Disse-lhes: Ouvi o sonho que eu tive:

[7] parecia-me que atávamos no campo os feixes, e que o meu feixe como que se erguia, ficava de pé, e que os vossos, estando em roda, se prostravam diante do meu.

[8] Responderam seus irmãos: Porventura serás nosso rei ou seremos sujeitos ao teu domínio? Estes sonhos e estas conversas acenderam mais a inveja e o ódio.

[9] Teve ainda outro sonho, o qual referiu a seus irmãos: Vi em sonhos que o sol, a lua onze estrelas como que me adoravam.

[10] Ora, tendo ele contado isto a seu pai e aos irmãos, seu pai repreendeu-o e disse: Que quer dizer este sonho, que tiveste? Porventura eu, tua mãe, e teus irmãos te adoraremos, prostrados por terra?

[11] Seus irmãos, por isto, tinham-lhe inveja; porem o pai meditava a coisa em silêncio.

José mandado a Dotain.

[12] Como seus irmãos estivessem em Siquem apascentando os rebanhos do pai,

[13] Israel disse-lhe: Teus irmãos apascentam as ovelhas em Siquem: vem, enviar-te-ei a eles. Respondeu (José):

[14] Estou pronto. (Jacob) disse-lhe: Vai, vê se tudo corre bem a teus irmãos e aos rebanhos, e traze-me noticias do que se passa. (Sendo) mandado do vale de Hebron, (José) chegou a Siquem,

[15] e, andando errante pelo campo, um homem encontrou-o e perguntou-Ihe o que procurava.

[16] Ele respondeu: Procuro meus irmãos; indica-me onde apascentam os rebanhos.

[17] O homem disse-lhe: Retiraram-se deste lugar, e ouvi-lhes dizer: Vamos para Dotain. Partiu, pois, José atrás de seus irmãos e encontrou-os em Dotain.

[18] Eles, porém, tendo-o visto ao longe, antes que se aproximasse, resolveram matá-lo.

[19] Diziam entre si: Eis ai vem o sonhador;

[20] vinde, matemo-lo, lancemo-lo em uma cisterna velha, diremos: Uma fera cruel o devorou; então se verá de que lhe aproveitam os seus sonhos.

[21] Ruben, porém, ouvindo isto, esforçava-se por o livrar das suas mãos, dizendo:

[22] Não lhe tireis a vida, nem lhe derrameis o sangue, mas lançai-o nesta cisterna, que está no deserto, e conservai puras as vossas mãos. Diria isto porque queria livrá-lo das suas mãos e restitui-lo a seu pai.

[23] Logo que (José) chegou junto de seus irmãos, despiram-no da túnica talar de várias cores

[24] e lançaram-no na cisterna velha, que não tinha água.

José vendido e levado para o Egito.

[25] Depois, sentando-se para comer pão, viram uns viajantes Ismaelitas, que vinham de Galaad, com seus camelos carregados de aromas, resina e mirra, para o Egito.

[26] Judá então disse a seus irmãos: de que nos aproveita matar o nosso irmão e ocultar a sua morte?

[27] É melhor que se venda aos Ismaelitas, e que se não manchem as nossas mãos, porque é nosso irmão, é nossa carne. Concordaram os irmãos com o que ele diria.

[28] Quando passaram os negociantes Madianitas, tiraram-no da cisterna e venderam-no por vinte dinheiros de prata aos Ismaelitas: estes levaram-no para o Egito.

[29] Tendo voltado Ruben à cisterna não encontrou José.

[30] Rasgadas as suas vestes, foi ter com seus irmãos-e disse: O rapaz não aparece, e eu para onde irei 1?

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E eu para onde irei? Eu que, como primogênito, devia velar por meu irmão José, como terei coragem de aparecer diante de meu pai?

[31] Tomaram então a sua túnica, tingiram-na no sangue de um cabrito, que mataram,

[32] mandaram-na levar ao pai, e dizer-lhe: Encontrámos esta túnica: vê se é a túnica de teu filho, ou não.

[33] O pai, tendo-a reconhecido, disse: A túnica é de meu filho, uma cruel fera o comeu, uma besta devorou José.

[34] Rasgadas as suas vestes, cobriu-se de cilício, chorando seu filho por muito tempo.

[35] E, tendo-se juntado todos os seus filhos para suavizarem a dor do pai, ele não quis admitir consolação, mas disse: Chorando, descerei até junto de meu filho, à morada dos mortos.

[36] Enquanto ele perseverava no pranto,

[37] os Madianitas venderam José no Egito a Putifar, eunuco de Faraó, general dos exércitos.

Génesis, 37