Cânticos dos Cânticos, 7
Esposa. Esposo. Esposa.
Esposo.
Esposa.
[1] Que verás tu na Sulamita, senão como um coro de duas partes 2? Quão belos são os teus pés, nas sandálias que trazes, ó filha de príncipe! As colunas das tuas pernas são como anéis trabalhados por mãos de artista. •
A Igreja sobre a terra compõe-se de bons e maus, e experimenta umas vezes alegria, outras tristeza, outras esperança, e outras temor. No céu é toda pura. e toda formosa. A sua alegria e a sua felicidade são ali perfeitas, e ela é as delicias do Rei Celestial. Todo o desejo da Igreja neste mundo é unir-se com Cristo, seu esposo, e dar-lhe as provas mais sensíveis da sua gratidão e do seu amor.
Coro de duas partes ... Alusão provável a qualquer uso da corte ou mesmo de fora, em festins nupciais, segundo vários autores. Quão belos... O esposo, contemplando em espírito a sua esposa unida aos coros dos anjos, descreve, por meio de símbolos a sua beleza. Todas as comparações que se seguem são segundo o estilo dos orientais, e só nos parecerão inconvenientes se atendermos apenas aos nossos usos e modo de falar.
[2] O teu umbigo é uma taça arredondada, que nunca está desprovida de vinho. O teu ventre é como um monte de trigo cercado de lírios.
Um monte de trigo cercado de lírios. Símbolo de fecundidade unida à castidade.
[3] Os teus dois seios são como dois filhinhos gémeos duma gazela.
[4] O teu pescoço é como uma torre de marfim. Os teus olhos são como as piscinas de Hesebon, que estão situadas junto da porta de Bat-Rabim. O teu nariz é como a torre do Líbano, que olha para Damasco. A tua cabeça levanta-se como o monte Carmelo; os cabelos da tua cabeça são como a púrpura; um rei ficou preso às suas madeixas. •
[6] Quão formosa e encantadora és, meu amor, minhas delícias! A tua figura é semelhante a uma palmeira, os teus seios são como cachos.
[8] Eu disse: Subirei à palmeira, e colherei os seus frutos. Os teus seios serão, para mim, como cachos de uvas, e o perfume da tua boca como o das maçãs. •
Esposa.
[9] A tua palavra é como um vinho excelente, digno de ser bebido pelo amado, e saboreado entre os seus lábios e os seus dentes. •
[10] Eu sou para o meu amado, e os seus desejos voltam-se para mim. •
[11] Vem, amado meu, saiamos ao campo, passemos a noite nos pomares. •
[12] Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se a vinha lançou rebentos, se as flores se abrem, se as romãzeiras estão em flor. Aí te darei o meu amor.
[13] As mandrúgoras eram plantas que. segundo julgavam, favoreciam o amor e a fecundidade. (Gen. 30, 14-8). •
[14] As mandrágoras espalham o seu aroma, e nós temos às nossas portas toda a qualidade de frutos excelentes, novos e velhos, que guardei para ti, amado meu.